01/09/2015 15h37 - Atualizado 23/05/2017 12h48

Palestra – Repercussão da ética da solidariedade no convívio conjugal e entre pais e filhos

Por Terezinha
para IARGS
O Desembargador Silvino Joaquim Lopes Neto palestrou hoje, dia 01/09, no Encontro do Grupo de Estudos de Direito de Família e falou sobre a “Repercussão da ética da solidariedade no convívio conjugal e entre pais e filhos”, no IARGS. Dr Silvino, que integra o Conselho Superior do instituto, afirmou que o habitat da felicidade está no convívio familiar, independente se ela é família nuclear (constituída pelos pais e filhos, biológicos ou adotivos, habitando em ambiente familiar comum) ou ampliada (composta pelos avós, tios, primos, irmãos, cunhados, sobrinhos). Destacou, na oportunidade, o que chama de tríplice aliança que deve prevalecer nas famílias bem estruturadas: verdade, justiça e amor. Na sua avaliação, nas relações intrafamiliares deve preponderar mais o comportamento ético do que o direito.
Para melhor especificar o tema da sua palestra, leu o soneto parnasiano “Dualismo”, de Olavo Bilac, para explicar como se vive no bem e no mal. “Nada melhor do que sentirmos que somos felizes”, afirmou. Segundo entende, os princípios éticos que devem nortear os integrantes de uma família estão resumidos no trato cordial e respeitoso diário a fim de manter o ambiente do lar imune de atribulações. Lembrou que a família bem estruturada também tem seus problemas, porém não devem virar um conflito permanente, pois, caso contrário, sugere uma separação de forma civilizada. “O atrito permanente em casa afeta diretamente os filhos”, advertiu.
Na sua avaliação, agir moralmente é agir em função de um dever, em consonância com a lei moral, verdadeiro imperativo categórico visando tratar as pessoas como fim em si mesmas. Como sugestão para um comportamento saudável no lar, o Dr Silvino sugere que cada membro da família pergunte a si mesmo se a sua atitude, de forma universalizada, melhoraria ou não a humanidade. “O bom senso é quase que a garantia de um bom resultado”, acentuou, lembrando que o poder familiar é constituído de deveres e direitos que devem ser cumpridos de forma igualitária.
Para concluir, ratificou que a verdade, a justiça e o amor constituem a paz como substrato da felicidade do lar. Estiveram presentes na palestra a presidente do IARGS, Sulamita Santos Cabral, a coordenadora dos grupo de estudos, Dra Helena Ibañez; e a Desembargadora Maria Berenice Dias.
Terezinha Tarcitano
Assessora de Imprensa

Dualismo
“Não és bom, nem és mau: és triste e humano…
Vives ansiando, entre maldições e preces,
Como se a arder no coração tivesses
O tumulto e o clamor de um largo oceano.

Pobre, no bem como no mal padeces;
E rolando mum vórtice insano,
Oscilas entre a crença e o desengano,
Entre esperanças e desinteresses.

Capaz de horrores e de ações sublimes,
Não ficas com as virtudes satisfeito,
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes:

E no perpétuo ideal que te devora,
Residem juntamente no teu peito
Um demônio que ruge e um deus que chora.”

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