11/10/2016 20h15 - Atualizado 24/05/2017 10h49
Palestra- “A equipe multidisciplinar nas práticas colaborativas: papel dos advogados, do coach da saúde e do financeiro”
Por Terezinha
para IARGS
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A psicóloga Marilene Marodin foi a palestrante de hoje, dia 11/10, no Grupo de Estudos de Direito de Família do IARGS, sobre o tema bem atual da sua especialidade: “A equipe multidisciplinar nas práticas colaborativas: papel dos advogados, do coach da saúde e do financeiro”.
De acordo com a psicóloga, quando se pensa nos motivos que levaram os idealizadores da Advocacia Colaborativa, também denominada de Práticas Colaborativas, a proporem este novo paradigma no atendimento de famílias em situação de divórcio, é observada uma postura de preservação das relações familiares. No seu entendimento, o divórcio é considerado uma crise inesperada dentro do ciclo vital da família e, habitualmente, acarreta intensos sentimentos não só ao par que se separa, mas especialmente aos filhos que são afetados significativamente pela separação.
Dessa forma, disse, poder buscar alternativas positivas e mais saudáveis de resolução das situações que se apresentam, passa pela construção de um clima de respeito e colaboração entre os ex-cônjuges. “O divórcio pode também se transformar em uma batalha onde as pessoas, que em um momento inicial se amavam, passam a agressões recíprocas podendo, inclusive, utilizar os filhos como armas para atingir o ex-companheiro. São os conhecidos divórcios litigiosos”, explicou Marilene Marodim.
Segundo a psicóloga, foi a experiência nestes casos que levou o advogado de família norte americano, Stuart Webb, a ter consciência dos efeitos desastrosos, em todo o sistema familiar, destes processos litigiosos, onde, inclusive, quando obtinha êxito identificou perdas irreparáveis nos vínculos entre os familiares.
A proposta de Webb, segundo relatou Marilene, foi passar a defender seus clientes na busca de construção de acordos de consenso entre os envolvidos. Para isto, relatou, ele renunciou o trabalho quando existia o litígio e, quando este era o caminho escolhido pelos interessados, não seguia advogando nesta prática.
A visão multidisciplinar, segundo a especialista, foi agregada à proposta inicial quando a psicóloga Peggy Thompson colaborou, incluindo sua abordagem, denominada de coach da saúde, na busca do melhor interesse e entendimento da família em situação de divórcio e proporcionando suporte emocional aos ex-cônjuges. “Posteriormente, o profissional especialista em finanças também foi inserido no contexto das Práticas Colaborativas, com vistas ao atendimento integral das questões que podem tornar-se conflitivas nesta etapa de vida”, complementou.
Esta abordagem, explicou, exige que a equipe de profissionais, em geral constituída por dois advogados sendo um de cada interessado, o coach da saúde e o financeiro (quando necessário), haja em prol de uma integração construída na base do respeito às premissas e valores propostos pelas Práticas Colaborativas.
Para finalizar, Marilene destacou que as Práticas Colaborativas propõem um novo olhar, mais amplo e mais respeitoso com o outro, na resolução das questões que envolvem o divórcio. “Os profissionais que compõem a equipe multidisciplinar passam a ser os autores na construção de paz social a partir da criação de um ambiente de colaboração no núcleo familiar que preserva as relações parentais e auxilia que o término das relações conjugais ocorram de modo mais sadio para todos ao envolvidos”, concluiu a psicóloga Marilene Marodim.
Terezinha Tarcitano
Assessora de Imprensa